Acatando ação movida pelo PSB, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou que o presidente da Republica Jair Bolsonaro explique a volta de Alexandre Ramagem para a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). O delegado atuava como diretor-geral da ABIN quando foi exonerado para nomeação ao cargo de diretor-geral da Polícia Federal. Para o PSB, a suspensão da exoneração para que Ramagem volte ao cargo na ABIN, é uma manobra para que o delegado não passe por uma nova sabatina.
Pelo twitter, Alessandro Molon, um dos deputados que assinou o mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal, confirmou a ação e explicou que o grupo acredita que Ramagem deve passar por nova sabatina no Senado antes de ser restituído no cargo de diretor-geral da Abin. Molon defende que essa é uma medida para preservar as instituições tendo em vista a proximidade de Ramagem com a família Bolsonaro. Além dele, Camilo Capiberibe (PSB-AP) e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) assinaram o documento.
A decisão de Moraes impõe que Bolsonaro explique a suspensão da exoneração em Diário Oficial. O nome de Ramagem esta em grande parte das polêmicas e notícias recentes referentes ao governo Bolsonaro. O desejo do governo em nomear Ramagem a diretoria-geral da Polícia Federal foi o estopim para um problema ainda maior.
Para colocar Ramagem no cargo, Bolsonaro precisou exonerar Maurício Valeixo, o que levou a uma série de repercussões. O então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, reagiu com uma coletiva de imprensa onde anunciou seu pedido de demissão, negou ter assinado a exoneração – que tinha seu nome – e acusou Bolsonaro de tentar interferir politicamente na Polícia Federal.
O resultado de tudo isso foi a abertura de um inquérito para investigar as acusações de Sérgio Moro, enquanto que a nomeação de sucessores para os cargos do próprio Moro e de Valeixo acabou recebendo atenção extra, especialmente depois que a suposta relação de Ramagem com a família Bolsonaro foi exposta.